domingo, 9 de fevereiro de 2014

(#CRÍTICA) - AS QUATRO CARTAS DE CAMILA - LANO ANDRADO (VERSÃO ANTIGA)

SINOPSE:

Camila (2001), em seu quarto, escreve quatro cartas. Depois de enviá-las, ao final da música O Mundo É um Moinho, puxa uma arma da gaveta e se mata. A notícia se espalha pelo bairro e chegar até Heitor, seu amor na adolescência e hoje casado com Lia, melhor amiga de ambos na época. No enterro de Camila, Heitor volta em pensamento a 1991, ao exato momento em que a conhecera na casa de Lia. Em meio à bagunça dos anos 90, uma linda história de amor parecia caminhar em direção a um final feliz, mas, de forma inexplicável, Camila casa-se com Rubem, principal desafeto de Heitor, surpreendendo a todos e um ano depois Heitor casa-se com Lia. Camila muda-se com o marido para S. Catarina e só retorna dez anos depois para efetuar o ato descrito no primeiro capítulo. De volta a 2001, Heitor deixa o cemitério e tenta retomar a velha rotina ao lado da esposa, porém quando o fantasma do passado começava a adormecer mais uma vez na vida do casal, uma carta chega revelando fatos surpreendentes. Heitor toma conhecimento de que é pai de Ingrid, filha de Camila. O casamento de Heitor entra em crise quando começa a ficar evidente a sua vontade de lutar pela guarda da menina. Ele então decide viajar até S. Catarina para conhecer Ingrid mesmo a contragosto da esposa. Agora, trancado em seu carro, em frente ao portão de sua casa, vendo Lia na janela com os olhos de adeus, Heitor vacilava se deveria trocar o certo pelo duvidoso. É nesse clima que seu pensamento ganha asas novamente e voa até 1991, desta vez até uma festa na casa de Lia, onde presentes também estavam Camila e Rubem, então namorados. Entre amigos, bebidas e músicas, Heitor chega ao quarto de Lia, onde por acaso encontra Camila. Após alguns minutos de conversa a vontade subjuga a razão e eles transam ali mesmo. No dia seguinte Camila parte com Rubem para S. Catarina e o pensamento de Heitor volta para o carro onde estava (2001). Heitor liga o rádio e parte com o carro, ao som de C’est La Vie (Emerson, Lake e Palmer), em busca de respostas que mudariam definitivamente sua vida. E era só a primeira carta.

CRÍTICA:

“Escreveu então a última carta. Eram quatro. Em seguida abriu a gaveta da escrivaninha para certificar-se de que a arma que ganhara de uma amiga ainda estava ali (...). Sim, ela ainda estava lá, como Camila a tinha deixado, só esperando pelo momento certo para livrá-la de seus tormentos (...)”. (pág. 3)

Não se deixe enganar caro leitor, pelo começo dramático que essa trama trás, porque As Quatro Cartas de Camila é mais que um reles drama, por mais que assim pareça, quando na verdade é ele para nós o que há de melhor da escrita nacional (uma mistura de drama é claro, romance, com uma boa dose de suspense e uma narrativa fora do comum).

A principio As Quatro Cartas de Camila ponderando pela capa não me chamava muita atenção, apesar da sinopse ter feito o papel inverso, mas não é que eu não a ache bonita mais sim meio apagada.

Quando um belo de um dia eu resolvi ler, não deu outra, foi ler o primeiro capitulo que eu não consegui mais parar de ler, com uma narrativa surpreendente e uma história chamativa Lano Andrado me deixou tão pasmo que eu só posso descrever que minha cabeça ficou em estado cataclísmico, a partir dos encontros e reencontros e a cada descoberta eu me envolvia mais e mais e assim se sucedeu até o fim do livro.

Pasmo? Sim pasmo, porque eu não me imaginava preso a essa história assim como eu fiquei.

Achei que um dos grandes trunfos do livro, além da narração e da história foi a influência dos anos 80 e 90 e do grande número de referencia a cultura pop em si.

Eu já havia relatado aqui no blog que nunca consegui achar escritores brasileiros que me chamassem atenção, mas tenho de me retratar e dizer que definitivamente esse chamou.

O livro é muito, muito, muito bom de se ler e a leitura é muito fácil, o escritor conseguiu ainda dar vida ao livro com uma narrativa fora do comum. E o que mais eu poderia falar se não que eu recomendo o livro de todas as formas possíveis e para todos os gostos possíveis.

- Porque saber o nome de uma flor não é importante nem para nós, nem para ela. É apenas saber o nome pelo qual todos a chamam. Já uma flor cujo nome não se sabe, recebe o nome que o dono quiser dar, mesmo que para os outros ela seja Dália, Violeta, Magnólia etc... Logo, essa flor passa a ser íntima sua como um animal de estimação, que, aliás, ninguém chama de cachorro, gato, passarinho, e sim de Bilú, Fofinho, Rex e por aí vai... (pág. 76)

2 comentários:

  1. Hey Hendrio, estava aqui passeando pelo seu blog e vi essa sua crítica. Alguém lá no skoob me indicou esse livro, e naquele momento li sobre o que se tratava e já fiquei com o pé atrás, tinha acabado de ler um livro que falava sobre suicídio e fiquei muito mexida - cada um tem suas opiniões e crenças e as minhas quando envolve esse tema é super negativa -, mas aqui agora, vendo sua crítica fiquei curiosa sobre o livro e quero lê-lo. Sei que não vai mudar o meu pensamente, mas talvez me ensine algo assim como o livro que li me ensinou muitas coisas e me fez refletir sobre o quanto é errado julgar as pessoas e suas atitudes. Quero indicar esse livro para você, talvez você até o conheça:

    http://blog-emcomum.blogspot.com.br/2014/01/resenha-como-eu-era-antes-de-voce.html

    Desculpa por esse comentário grande rsrsrs.
    Parabéns pela crítica.

    Beijos

    Dani Cruz
    • http://blog-emcomum.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Eu amei o comentario, sem problemas algum ser grande.
      Eu sei como é complicado esse tipo de livro, mas eu não consegui deixar de amar esse livro do começo até o fim. Espero sinceramente que goste.
      Nunca li esse livro, nem ouvi falar, mas já tinha visto a capa em algum lugar. E amei a indicação. Vou tentar ler ele logo.
      Beijos e obrigado!

      Excluir

1– Poderão não ser aceitos comentários anônimos ou assinados com e-mail falso;

2 – Serão, automaticamente, descartados os comentários que contenham insultos, agressões, ofensas e palavras inadequadas.

3 – Serão excluídos, igualmente, comentários com conteúdo racista, calunioso, difamatório, injurioso, preconceituoso ou discriminatório; que violem as leis ou normas vigentes no país; que incitem à violência, à desobediência às leis e ao desrespeito às instituições;

4 - Os comentários publicados poderão ser retirados a qualquer tempo, em caso denúncia de violação de alguma das regras acima estabelecidas.