domingo, 16 de fevereiro de 2014

(#RESENHA) - As Quatro Cartas de Camila


O livro nos apresenta Heitor, rapaz simples, mas muito popular entre todos que o conheciam, morador de Arimbu uma rua localizada em Bangu/RJ, Heitor e seus amigos eram com certeza as pessoas que mais aprontavam e mais tinham histórias para contar daquele lugar. Relatos diziam que talvez Arimbu nem tivesse a mesma graça sem eles. 

Heitor havia viajado e quando voltou descobriu que havia uma moradora nova na rua. Pouco depois de sua chegada já haviam se conhecido e ambos ficaram fascinados um com o outro de uma forma muito expressiva. Eles sempre estavam juntos pois compartilhavam os mesmos amigos, e não demorou muito até que Heitor tentasse a sorte, porém como nem tudo é como a gente quer, a investida não deu certo.

Muito tempo se passou (no meu breve resumo), e muita coisa aconteceu e nos deparamos como uma situação catastrófica e que acarretará muitas dúvidas ao leitor. Camila havia escrito 4 cartas e antes de se matar em seu quarto havia ido no correio e as enviado.

O que essas cartas revelam? Quem eram os destinatários? E porque ela se matará? Vocês só vão saber lendo.

“Escreveu então a última carta. Eram quatro. Em seguida abriu a gaveta da escrivaninha para certificar-se de que a arma que ganhara de uma amiga ainda estava ali (...). Sim, ela ainda estava lá, como Camila a tinha deixado, só esperando pelo momento certo para livrá-la de seus tormentos (...)”. (pág. 3)

Não se deixe enganar caro leitor, pelo tom dramático que essa trama nos apresenta, porque As Quatro Cartas de Camila é mais que um reles drama, por mais que assim pareça, quando na verdade é ele para nós o que há de melhor da escrita nacional (uma mistura de drama é claro, romance, com uma boa dose de suspense e uma narrativa fora do comum).

A principio As Quatro Cartas de Camila ponderando pela capa não me chamava muita atenção, apesar da sinopse ter feito o papel inverso, mas não é que eu não a ache bonita mais sim meio apagada.

Quando um belo de um dia eu resolvi ler, não deu outra, foi ler o primeiro capitulo que eu não consegui mais parar de ler, com uma narrativa surpreendente e uma história chamativa Lano Andrado me deixou tão pasmo que eu só posso descrever que minha cabeça ficou em estado cataclísmico, a partir dos encontros e reencontros e a cada descoberta eu me envolvia mais e mais e assim se sucedeu até o fim do livro.

Pasmo? Sim pasmo, porque eu não me imaginava preso a essa história assim como eu fiquei.

Achei que um dos grandes trunfos do livro, além da narração e da história foi a influência dos anos 80 e 90 e do grande número de referencia a cultura pop em si.

Eu já havia relatado aqui no blog que nunca consegui achar escritores brasileiros que me chamassem atenção, mas tenho de me retratar e dizer que definitivamente esse chamou.

O livro é muito, muito, muito bom de se ler e a leitura é muito fácil, o escritor conseguiu ainda dar vida ao livro com uma narrativa fora do comum. E o que mais eu poderia falar se não que eu recomendo o livro de todas as formas possíveis e para todos os gostos possíveis.

- Porque saber o nome de uma flor não é importante nem para nós, nem para ela. É apenas saber o nome pelo qual todos a chamam. Já uma flor cujo nome não se sabe, recebe o nome que o dono quiser dar, mesmo que para os outros ela seja Dália, Violeta, Magnólia etc... Logo, essa flor passa a ser íntima sua como um animal de estimação, que, aliás, ninguém chama de cachorro, gato, passarinho, e sim de Bilú, Fofinho, Rex e por aí vai... (HEITOR - pág. 76)

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